Foi num ambiente festivo e familiar que o Farol da Guia em Cascais recebeu a festa que marcou os 75 anos da Beltrão Coelho. Num almoço que contou com todas as pessoas da empresa, Ana Cantinho, a terceira geração da família à frente da empresa, confidenciou que o segredo para a longevidade da Beltrão Coelho é ser “uma empresa familiar que continua a ser uma família”. No discurso emocionado que fez durante o almoço, com o pai presente, confidenciou que “aquilo que o meu avô começou, o meu pai continuou e depois da reforma eu só espero conseguir fazer tanto ou melhor que eles, porque eles são a minha referência”.
O entusiasmo da Diretora-Geral da empresa, Ana Cantinho, foi partilhado pelos colaboradores da empresa, alguns dos quais ligados a esta empresa há várias décadas. “Felicidade”, “solidariedade”, “segurança”, “confiança” e sobretudo “família” foram as palavras escolhidas pelos colaboradores desafiados a descrever o que é ser Beltrão.
Fundada em 1946 por José Augusto Beltrão Coelho, avô da atual diretora-geral, a empresa teve seu destino mudado após uma viagem à Suíça, onde José Beltrão Coelho teve a oportunidade de fazer um curso de fotografia na Telko, na época uma das maiores empresas de papel e filtros fotográficos do mundo. Com a representação de dois fornecedores, o papel fotográfico Telko e os filtros Omag, a empresa iniciou as suas atividades num escritório montado na própria casa de José Beltrão Coelho. Em 1951, o sucesso foi tamanho que ele deixou seu trabalho na Embaixada para se dedicar exclusivamente ao negócio da fotografia. O principal desafio na época foi lidar com a concorrência já estabelecida no mercado e com os clientes fiéis. As Feiras Internacionais de Fotografia foram decisivas para a empresa ganhar terreno. Em 1954, a empresa começou a importar material fotográfico do Japão e conseguiu representar três das marcas mais conceituadas do mercado: Polaroid, Asahi Pentax e ViewMaster. Mesmo quando o mercado português tinha dúvidas sobre a rentabilidade da Polaroid, devido ao preço elevado, José Beltrão Coelho apostou em demonstrações públicas nas lojas da Baixa, com oferta de fotografias, contrariando a tendência da maioria. Isso levou a um aumento na procura.
A empresa cresceu rapidamente ao longo das décadas, tornando-se uma das principais empresas do setor em Portugal e em outros países. Em 1977, António Beltrão Coelho juntou-se ao negócio do pai e assumiu as funções de diretor-geral, continuando a inovar e a diversificar as atividades da empresa. Em 1978, a Beltrão Coelho passou a representar a Casio e introduziu no mercado as calculadoras eletrônicas. Já em meados da década de 80, criou um Departamento de Estudos de Modelos e Protótipos e lançou a marca própria Magma, dedicada ao fabrico de retroprojetores. Alguns anos depois, a Beltrão Coelho tornou-se na primeira empresa portuguesa a fornecer equipamentos que permitiam a digitalização da informação analógica para um arquivo digital.
É também na década de 80 que a Beltrão Coelho começa a disponibilizar o serviço de MPS (Managed Print Services), sendo a primeira empresa em Portugal a fazê-lo. Hoje é especialista em MPS, um serviço de gestão de parques de impressoras multifunções. Inclui assistência técnica, entrega de consumíveis e uma série de serviços que visam libertar a responsabilidade do cliente sobre o trabalho de gerir o seu próprio parque de equipamentos, bem como reduzir custos com impressão e com o consumo de energia. Atualmente a empresa conta com quase 1000 clientes com contrato ativo, mais de 9 milhões de euros de faturação e mais de 7500 equipamentos geridos em contratos de MPS.
Na década seguinte, a empresa lançou diversas apostas inovadoras, incluindo a Casio QV-10, a primeira máquina fotográfica com LCD, os primeiros sistemas de escritório multifuncionais da Nashuatec, os sistemas de contagem de dinheiro da Laurel e a marca própria de computadores Bluebird.
A partir dos anos 2000, a Beltrão Coelho afirmou-se como a principal parceira da Xerox em Portugal, alcançando o estatuto de Parceira Platinum Xerox. Em 2004, instalou as primeiras salas de Tecnologia da Informação e Comunicação do ensino português, e em 2008, forneceu os primeiros quadros interativos para escolas públicas. Mesmo diante da crise financeira internacional, a Beltrão Coelho conseguiu dar a volta por cima.
A inovação da Beltrão Coelho não é apenas tecnológica, mas também (ou sobretudo) na forma como se relaciona com as pessoas. Em 2015 inaugurou a Galeria Beltrão Coelho, um projeto sem fins lucrativos, com o propósito de promover e auxiliar o progresso da arte em todas as suas manifestações.
Este foi o pontapé de saída para várias iniciativas de Responsabilidade Social – sobretudo nas áreas do trabalho e da sustentabilidade o que levou a ser distinguida pela Associação Portuguesa de Ética Empresarial (APEE).
Em 2018 a empresa volta a inovar ao ser a primeira empresa em Portugal a trazer a inteligência artificial para o ambiente empresarial, ao investir no segmento dos robôs de serviço. A Beltrão Coelho conta com 6 referências de robôs: Temi, Cruzr, Sanbot, Techi, Bellabot e Kettybot, sendo a grande referência nacional na área. Cada um destes modelos é programável, tem deslocação autónoma no espaço, e uma função que o caracteriza, nomeadamente a telepresença, entretenimento, serviço de quartos, serviço de mesa, entre outras.
Recentemente, a Beltrão Coelho recebeu diplomas consecutivos de Compromisso de Pagamento Pontual, conquistou o estatuto Inovadora COTEC, aderiu à plataforma digital Marcas Portuguesas e foi listada no ranking das Melhores Empresas para Trabalhar em Portugal pela revista EXAME.
A última grande aposta da Beltrão Coelho é nas salas de aulas. Respondendo aos desafios da pós-pandemia, a empresa apresentou as salas de aulas do futuro. Painéis interativos, realidade aumentada, robótica e inteligência artificial, são alguns dos meios propostos pela empresa para trazer as escolas para o século XXI. Segundo Ana Cantinho “Para nós, a aposta nas salas de aula do futuro é muito mais do que uma aposta de negócio, é uma aposta no futuro dos nossos jovens! É um orgulho fazer parte deste grupo pioneiro que vai revolucionar a forma como se ensina e se aprende em Portugal. Sem esquecer que é também um regresso à génese da Beltrão Coelho, que desde sempre teve um papel preponderante no ensino português”
Prestes a celebrar mais uma data redonda, a diretora-geral da Beltrão Coelho afirma que “mais do que uma data, a celebração dos 75 anos desta empresa portuguesa é uma prova de resiliência e empreendedorismo, só alcançado pela atenção às tendências do mercado e às necessidades dos colaboradores. O período de pandemia pelo qual passámos aliado à inflação atual, faz com que estes sejam tempos realmente desafiantes. Conseguirmos atingir esta data só prova que estamos no caminho certo. A inovação está connosco desde o primeiro dia da empresa e continuará para sempre”